domingo, 18 de julho de 2010

LENDA ÁRABE

"Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em um determinado ponto da viagem discutiram.

O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia: HOJE, MEU MELHOR AMIGO ME BATEU NO ROSTO.

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo.

Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra: HOJE, MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou: -- Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?

Sorrindo, o outro amigo respondeu: -- Quando um grande amigo nos ofende, deveremos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar. Porém quando nos faz algo grandioso, deveremos gravar na pedra da memória do coração onde vento nenhum do mundo poderá apagar".

sábado, 17 de julho de 2010




















Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, ouvi uma palavra

inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser
humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é
exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre, belo,

sociável, e bem-sucedido. Quem não se "normaliza" acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias,
depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.

A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores
de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você

seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha
"presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que
não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem

for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a
ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de
sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o

verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de
exigências fictícias.
Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não
são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que

desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma
vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não
passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original.


Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e
emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.


Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos
homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e
felizes.

Martha Medeiros ( 05.08.07-Jornal Zero Hora-P.Alegre-RS)